sábado, 4 de abril de 2015

A GREVE GERAL NA ARGENTINA E SUAS PERSPECTIVAS

                                                                 
 Foto de Ignacio Smith

David Lúcius


No último dia 31 de Março, os trabalhadores argentinos realizaram sua maior greve geral durante o período Kirchner. O sindicalismo e a burocracia ligado ao governo sofreu um duro golpe. Os principais setores de transporte pararam de forma massiva: os trabalhadores ferroviários, metroviários e rodoviários. A cidade de Buenos Aires ficou completamente paralisada. O impacto da greve sobre o governo foi forte. Em outras cidades com forte desenvolvimento industrial, como Córdoba, tiveram ou uma grande paralisação. O ativismo classista teve um grande protagonismo, com destaque especial para os setores e partidos agrupados em torno da FIT, Frente de Esquerda e dos Trabalhadores.

Setores como os professores, metalúrgicos, bancários, alimentação e eletricitários, telefônicos, caminhoneiros, entre outros, tiveram uma forte participação na greve geral. Muitas fábricas e empresas aderiram após assembleias de trabalhadores massivas, demonstrando a grande disposição de luta da classe operária e a polarização social que se desenvolve no curso de uma crise econômica e política. Os trabalhadores argentinos demonstram uma grande capacidade de organização e combatividade. A greve geral obrigou os políticos burgueses, os candidatos a presidente ligados a direita, e o próprio governo a calarem a boca, diante de sua força e contundência.

Nesse aspecto, são vários os paralelos e analogias que se pode traçar entre a crise brasileira e a argentina, mas a principal diferença, é a de que no caso argentino, a classe trabalhadora está voltando a ter um grande protagonismo social, político e organizativo. Além da grande greve geral é importante salientar o papel de destaque que a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores (FIT), impulsionada pelo PO, está tendo tanto na luta de classes, como na luta política e mesmo na luta eleitoral. Nesse ano ocorrerão eleições na Argentina e as primeiras projeções abrem uma grande perspectiva para a FIT e para o Partido Obrero.

O PO e a FIT foram o único bloco político que sustentou e apoiou ativamente a greve geral. Agora a luta será por formar um polo próprio dos trabalhadores, organizar assembleias nos locais de trabalho para organizar e impulsionar uma greve de 36 horas com um grande ato final, político e classista, na Praça de Maio.

Para mais informações sobre a situação política na argentina, os leitores de nosso blog podem ler diretamente no site do Partido Obrero: http://www.po.org.ar/ Além dos artigos e vídeos disponibilizados, o PO publica, toda quinta-feira, o seu jornal periódico: Prensa Obrera, que pode ser acessado na integra em formato digital ou PDF, no próprio site acima citado.