quinta-feira, 31 de março de 2016

NÃO AO GOLPE DO CONGRESSO CORRUPTO!

                                                                   
       

       A POLÍTICA DO PT SOMENTE FORTALECE 
       A DIREITA BURGUESA E REACIONÁRIA!   
       POR UM CONGRESSO INDEPENDENTE DOS 
       TRABALHADORES DIANTE DA CRISE POLÍTICA!

                                               
                                                                                                                                       David Lucius          


     Diante da maior crise econômica e política da história recente do Brasil, a grande maioria da população e dos trabalhadores vivem em sua carne as contradições de uma situação limite. A miséria, o desemprego, a inflação e a recessão já são parte do enorme pacote que a burguesia e o grande capital descarrega sobre as costas dos trabalhadores e da imensa maioria da população.

     Com o agravamento da crise econômica nacional e internacional, os setores mais importantes da burguesia começaram a brigar por seus interesses e por seus lucros, isso levou o domínio do Estado e de seu governo a ser colocado na ordem do dia. Primeiro como uma leve escaramuça, depois como uma batalha por posições, mais adiante como uma guerra oculta e agora como guerra aberta onde os partidos burgueses devoram-se mutuamente. O PT é o sócio menor, empenhado em manter sua aliança estratégica com o grande capital em detrimento da classe trabalhadora.

     A Comissão que irá analisar o impeachment tem os políticos mais desmoralizados e corruptos do Congresso, de Eduardo Cunha a Paulo Maluf. Metade dessa Comissão recebeu dinheiro das mesmas empresas investigadas pela operação Lava Jato e grande parte dos deputados dessa comissão tem processos judiciais por desvios de recurso ou similares.

     Com o agravamento dessa crise econômica de magnitudes gigantescas, os antigos aliados do PT voltaram-se contra o sócio mais novo, o PT, aprendiz de feiticeiro da corrupção que se viu diante de uma enorme inquisição montada pelos próprios mestres na arte dessa feitiçaria (os partidos burgueses), que cinicamente fingem-se de moralistas mas na verdade são os verdadeiros magos na arte de fazerem grandes somas de dinheiro desaparecerem ou virarem pó. A política burguesa é a alquimia do capitalismo, só que em vez de transformar o simples metal em ouro, ele simplesmente faz o ouro desaparecer das contas do Estado e reaparecer em suas contas secretas em diversos paraísos fiscais.

     Durante mais de 25 anos o PT desenvolveu conscientemente a estratégia política de colaboração de classes com diversos setores da burguesia e do grande capital, especialmente o PMDB. Todo o esgotamento e corrompimento do PT é fruto dessa política. A política da corrupção é essencialmente a política do capitalismo, o PT só se corrompeu e se transformou no que é hoje em sua longa trajetória de alianças com a burguesia e seus representantes retrógrados e reacionários.

   A corrupção é a política capitalista por excelência! O capital somente visa o lucro, e onde encontra obstáculos corrompe! Essa é a lógica capitalista inerente a todos o sistema, sempre foi assim e sempre será!

    O governo Dilma assim como o de Lula sempre foram a síntese dessa política de colaboração de classes. Boa parte dos ministros desses governos são os inimigos mais raivosos da classe trabalhadora: Katia Abreu (representante dos latifundiários), Gilberto Kassab (ex malufista), Afif Domingos, Joaquim Levy (que foi embora do governo mas deixou para o seu sucessor um grande ajuste para aplicar sobre as massas), etc.

     O novo governo Temer já se articula em conversar e acordos de bastidores. De dentro do próprio governo de Dilma, no qual é fortalecido pela política de colaboração de classes do PT, surge um governo que irá representar um acordo entre os grandes partidos burgueses e o grande capital. Esse governo que será fruto de um golpe gestado com apoio do Congresso corrupto, dirigido por Eduardo Cunha, e pelo Senado, dirigido por Renan Calheiros, irá ser um verdadeiro rolo compressor sobre as massas trabalhadoras e a maioria da população brasileira. Agravado pelo fato notório de que Michel Temer não será candidato a nada e poderá ter "as mãos livres" para propor e impor uma política de ajuste fiscal a la grega, onde as massas deverão pagar pela crise que atinge a todo o sistema capitalista. Somente a organização e a luta dos trabalhadores pode impedir o triunfo desse governo\e o golpe que gesta para impo-lo às massas. A esquerda e os trabalhadores não devem capitular à essa luta sobre qualquer pretexto, pois é sobre a base desse golpe que a burguesia pretende reorganizar todo seu sistema de dominação de seu governo e de seu Estado. As contradições inerentes a essa nova reorganização existirão e devemos denunciar com veemência, mas antes de tudo é necessário denunciar o golpe, o novo governo por ele engendrado e o rolo compressor que pretendem impor contras as massas.  

    Durante todo processo de esgotamento da frente popular de colaboração de classes do PT com os partidos burgueses, o PT e a direção da CUT utilizaram da arma da chantagem para atacar qualquer tipo de crítica que se abatia contra seu governo. A teoria do golpe foi montada como um escudo ao governo Dilma! Uma parte da população que começava a romper com esse governo tomou essa chantagem como resultado de uma política covarde e mentirosa. Mas como na fábula do menino e o lobo é difícil de provar que há um lobo quando alguém repete noite e dia a mesma ladainha por anos a fio! Agora estamos diante de um golpe a a classe trabalhadora está desarmada. Nem mesmo uma greve geral está sendo preparada ou organizada!

    Agora estamos diante de um golpe branco, em que o parlamento que é o antro de toda corrupção nacional pretende julgar um governo que ele acusa de corrupto! O PT e a CUT conseguiram se desacreditarem ao mesmo tempo que reforçaram os laços com a direita burguesa, que já prepara o próximo governo. Michael Temer (o vice-presidente) negocia já um próximo governo com o PSDB e setores ainda mais a direita na política nacional.

    Urge, portanto, a formação de um polo classista, independente das diversas frações da burguesia em pugna e que organize e convoque um congresso da classe trabalhadora, para lutar contra a direita interna e externa ao governo e para lutar por governo dos trabalhadores da cidade e do campo!


                                                                      



quarta-feira, 30 de março de 2016

Las últimas noticias de Brasil

                                                                               






Extraído de Prensa Obrera / 30 de marzo de 2016 / Por Jorge Altamira


La crisis brasileña tiene en vilo a toda América Latina, y más allá. The Wall Street Journal la describe, en su edición de hoy, moderadamente, como “un precipicio económico, en medio de un caos político”. Fue el tema principal en las reuniones entre Obama y Macri –al menos según lo cuenta Clarín. Un colapso de Brasil forzaría al macrismo a sacar de la gaveta el Plan B, que no tiene.


Bancarrota


El diario de las finanzas norteamericanas advierte de un deuda pública de u$s 1 billón, que el año que viene alcanzaría el 80% del PBI. Se alarma por una deuda privada de cerca de u$s300 mil millones, cuyo servicio está creciendo a razón de un 14% cada año. Petrobras, sin embargo, tiene, ella sola, una deuda (paraestatal) de u$s150 mil millones, a septiembre pasado, “una de las mayores deudas corporativas del mundo” (Valor, 23/3). Pero no es todo: tiene deudas fiscales por R$160 mil millones y otras laborales por R$20 mil millones –o sea unos u$s 60 mil millones adicionales. La cotización del capital accionario de la empresa ha retrocedido un 85%, a poco más de u$s20 mil millones. “A final de 2015, informa WSJ, 54.1 millones de brasileños se habían atrasado en los pagos de cerca de u$s60 mil millones en préstamos”. Con este endeudamiento se fogoneó el consumo ‘nacional y popular’ también entre nuestros vecinos. Al derrumbe de la inversión se asocia un retroceso espectacular del consumo personal y la posibilidad de quiebras bancarias. La calificadora S&P ha rebajado a la categoría de ‘defol’ a Usiminas –una alianza entre Nippon Steel y Tenaris, nada menos. Los despidos recientes alcanzan a un millón de trabajadores y la desocupación ha superado el 10% de la población activa.


De acuerdo a un estudio (Valor, 23/3), Petrobras no tiene forma de pagar su deuda: “ha sido salvada por el gong, o mejor, por los aportes del Banco de Desarrollo de China, a cambio de la entrega de petróleo a precios preferenciales. Lo que significa que si el precio del petróleo no se recupera rápidamente, serán necesarios más aportes de China”. Esta conclusión suena optimista, primero porque, con este acuerdo, Petrobras hipoteca una gran parte de sus ingresos futuros y, segundo, porque el rescate chino significa que Brasil seguirá importando acero de China y dictando la sentencia final para la defolteada siderurgia que opera en Brasil. Petrobras no podría siquiera refinanciar una salida a la deuda impagable, debido a que no le está permitido acogerse a la ley de quiebras por su condición de empresa con mayoría estatal, o sea que no puede ofrecer como garantía un eventual remate judicial de sus activos. Petrobras ha perdido u$s10 mil millones de dólares en el último trimestre del año pasado – “sin que se vea la luz al final del túnel” (ídem). En esta situación, debería ser capitalizada con recursos fiscales, de parte de un Estado que se encuentra él mismo quebrado. El Club de Ingeniería de Brasil advierte acerca de “una destrucción de empresas nacionales”. 


De acuerdo a Valor, “desde el cambio de comando de la estatal, a inicios de 2015, fueron hechas diversas gestiones en el mercado sobre un modelo de asociación con el sector privado para BR Distribuidora” – la subsidiaria principal de Petrobras. El ‘modelo’ es curioso: se vendería una parte minoritaria del capital de la empresa, pero con un descuento del 40 por ciento y un sistema que otorgaría el voto mayoritario al sector privado, que pasa así a dirigir la compañía. Es el gobierno actual el que ha tomado la iniciativa del remate del patrimonio nacional, que reclama la oposición y el capital financiero. En el Senado, mientras tanto, los oficialistas mudados en opositores y la oposición tradicional van más lejos: quieren sustituir el régimen de participación de beneficios en explotaciones petroleras con mayoría de Petrobras por el un sistema de concesiones a los monopolio privados. El golpismo (parlamentario, judicial, mediático, financiero) es el resultante de la crisis política, no su causa. Las denuncias de corrupción y los arrestos y condenas de los implicados no son más que una manifestación de la disputa por los despojos de la bancarrota de la economía. Hay una contradicción insoluble entre la necesidad de una salida a la quiebra capitalista, de un lado, y el gobierno y el régimen político vigente, por el otro.


El piloto y los pasajeros


Que la crisis abarca al conjunto del régimen político queda de manifiesto en las encuestas, que muestran un repudio a oficialistas y opositores. La ciudadanía, incluida una parte importante de los trabajadores, no advierte, sin embargo, que el comando de la salida política se encuentra en manos de la fracción que aboga por el derrocamiento del gobierno, o sea por los golpistas. La decisión de apurar el juicio político a la Presidenta obedece a la necesidad de producir un recambio de gobierno antes que lleguen las citaciones judiciales a los líderes del golpe – el vicepresidente o el presidente de la Cámara de Diputados. 


También impulsa la urgencia el desenvolvimiento del proceso judicial. De una parte, porque el presidente e incluso el directorio de Odebrecht han decidido sumarse a la llamada “delación premiada”, con la finalidad de obtener una reducción de penas para el dueño de la constructora y para blindar a la compañía de los prejuicios patrimoniales que le provocará su responsabilidad en el sistema de coimas, incluido el descubrimiento de una contabilidad paralela. Odebrecht reclama una ley de indulgencia que la zafe de la responsabilidad patrimonial. Las informaciones que aporte Odebrecht serían letales para el oficialismo y para Dilma y Lula – sus socios más estrechos. De otro lado, la acción judicial se ha descarrilado con la filtración de escuchas telefónicas de la Presidenta del país, por parte del juez de la causa y del propio Ministerio Público. La Corte Suprema tiene ahora un pretexto excelente para anular las actuaciones judiciales y poner el encausamiento bajo su control. Un editorial del diario financiero Valor concluye que con un gobierno de Temer “prosegurían las tentativas de frenar las investigaciones y de las penas, porque amenazan a decenas de políticos. Cuando el Legislativo reanude su actividad un frente suprapartidario podrá votar leyes que encuadren el Lava Jato y anulen parte de sus efectos. Fue una conjunción de este tipo que impidió el desenvolvimiento de la operación Manos Limpias (en Italia)”. En Italia, los jueces de las causas anti-corrupción acabaron incriminados en centenares de procesos judiciales. Cambio de gobierno, ley de indulgencia para las empresas capitalistas, limitación de los procesos judiciales –el sistema político patronal tiene trazada su hoja de ruta. El golpe es presentado como la única vía para salvar a los corruptos. Toda una paradoja, ¿no?


Es el régimen político


Lo más importante de ese GPS es el remate del patrimonio en bancarrota y el ajuste. Delfim Neto, ex zar económico de la dictadura, y Arminio Fraga, ex presidente del Banco Central, ya tienen elaborado un plan bajo la presidencia de Michel Temer – el vice en funciones. Descartan que la Corte Suprema le tire un salvavidas a Dilma y autorice la designación de Lula como jefe de gabinete. Si esto ocurriera, Brasil podría asistir a un derrumbe bursátil fenomenal y al hundimiento de su moneda; un golpe de mercado. La supremacía que ha alcanzado la Corte con relación a los otros poderes del Estado, pone en evidencia la disolución avanzada del régimen político. Una fracción de la burguesía, Aécio Neves y Marina Silva, reclaman elecciones generales, como una suerte de salida indolora a la debacle del gobierno como del Congreso. Pero incluso esto necesita de un gobierno de transición con un plan elemental de gobierno.


El proceso brasileño pone de manifiesto que el aspecto central de la etapa política actual es una crisis vertical de poder – antes que “un cambio de ciclo”. El capital procura instalar “gobiernos de ajuste”, pero no ha reunido aún ni los medios económicos ni los políticos de su proyecto. Brasil ilustra el carácter de toda la crisis que se ha apoderado de América Latina y la operación de socorro emprendida por Obama –que naturalmente debe empezar por Cuba. En Brasil se desarrolla un enfrentamiento brutal entre fracciones capitalistas, con un trámite necesariamente golpista. En la agenda del capital figura un ajuste extraordinario contra las masas. El eje de ese ajuste, estimado en la parte fiscal en R$145 mil millones (u$s40 mil millones), es el golpe contra las jubilaciones, esto para rescatar a la Previsión Social como fuente de financiamiento del capital. Ningún trabajador puede alinearse con el golpe, alegando la corrupción existente, ni siquiera la neutralidad; tampoco puede apoyar al gobierno de turno, que transa todos los días con el golpismo para demorar su caída o para conseguir un espacio en el proceso ulterior.


Por eso es necesario un Congreso de Trabajadores que habilite un planteo independiente de la clase obrera y un plan de lucha.


    

sexta-feira, 25 de março de 2016

Brasil: el final lamentable y vergonzoso del Partido de los Trabajadores Por un congreso de bases del movimiento obrero

                                                                 



   

17 de marzo de 2016 / Extraído de Prensa Obrera 1403 / Por Jorge Altamira


Por Un Congreso de Bases del Movimiento Obrero


El PT surgió en el escenario político de Brasil como consecuencia de la descomposición del régimen militar que había sido establecido en 1964 y como consecuencia de un fuerte desarrollo de la clase obrera. Este desenvolvimiento fue acompañado por la emergencia de numerosos sindicatos independientes y la creación de la Central Unica de Trabajadores. Constituyó, por todo esto, la mayor tentativa de desarrollar un partido obrero independiente en América Latina en décadas, incluso con la fuerte traba potencial que implicaba el establecimiento de una dirección política constituida por una burocracia sindical en formación aliada a una pequeña burguesía que se estaba reconvirtiendo del stalinismo y del castrismo.

llegada del PT al gobierno fue del todo singular. Aunque había atravesado un ‘período de prueba’ en la gestión de gobernaciones y municipios, el PT se vio obligado a adoptar un procedimiento excepcional para ser aceptado como partido de gobierno. El propio Lula se encargó de advertir a los delegados del Congreso Nacional reunido a principios de 2002 que si deseaban ocupar el Palacio del Planalto en las elecciones de ese año, debían estar dispuestos a “tragarse sapos”. El primero fue, indudablemente, el requerimiento de la compañía, como candidato a vicepresidente, de un empresario textil, evangélico y fundador de un partido de la derecha brasileña. No fue, con todo, el sapo más grande. Cuando el presidente en funciones, Fernando Henrique Cardoso, reclamó el apoyo del FMI para hacer frente a la enorme crisis económica que había comenzado en 1999, el FMI puso como condición que el acuerdo fuera firmado por los partidos que competían en la elección. Lula aceptó con entusiasmo esta extorsión, ofreciendo el primer caso de un partido que sustituía su programa por un programa confeccionado por la principal institución del capital financiero internacional. Para ser rigurosos es necesario destacar, sin embargo, que esta línea de tragarse sapos venía de antes: el hecho más importante es la paz social que había firmado Lula con los terratenientes y el capital sojero de Brasil, en un país donde la cuestión agraria es conocidamente explosiva.

Ya en el gobierno, el PT dio varios pasos adicionales. El primero, enseguida de asumir, fue la firma, por parte de Lula y el presidente del Citibank, de un pacto financiero para que la banca norteamericana levantara el bloqueo a los créditos destinados a financiar la exportación de Brasil -12 mil millones de dólares de aquellos años (lo explica William Rhodes en el Financial Times del 24/6/04). De inmediato, designó para presidir el Banco Central a un altísimo funcionario del Bank of Boston, Henrique Mireilles. El gabinete apuntado para la gestión incorporó a ministros designados por el PMDB, así como a numerosísimos funcionarios en distintas reparticiones del Estado. El PMDB no solamente es el mayor partido de la burguesía brasileña sino también una criatura sobreviviente de la dictadura militar. Es también la agrupación más corrompida (“fisiológica”, en la “giria” local) de la política brasileña. Aunque la prensa y la opinión pública hablaran del “gobierno del PT”, no era el caso obviamente: era un gobierno capitalista de coalición con la burguesía y la derecha del país. El programa antiobrero que aplicó enseguida provocó la escisión de un número importante de legisladores y la formación del PSOL, una coalición de agrupaciones que se había ‘tragado todos los sapos’ precedentes.

En este cuadro estalla el primer gran episodio de corrupción: el llamado “mensalão”, por el cual se utilizaba dinero público para conseguir los votos de la bancada del PMDB, en casos no necesariamente controvertidos, para aprobar los proyectos del gobierno; el lubricante de la coalición con la burguesía era la corruptela. No obstante esto, quienes hoy aseguran que la corrupción es común tanto a la derecha como a la izquierda, en aquellos momentos saludaban el ‘liderazgo’ de Lula y la supuesta elevación de la misérrima población brasileña a la categoría de “clase media C”. El mensalão produjo las primeras bajas en el gobierno, cuando la Justicia condenó al número dos del PT, Jose Dirceu, un ex guerrillero castrista devenido en un ‘realpolitiker’ del capitalismo. Lo instructivo de todo esto -si se lo puede llamar así- es que la corrupción se instaló en el nuevo gobierno desde el principio, como un mecanismo que habilitaba el funcionamiento de un régimen de coalición con la burguesía nacional. De aquellos polvos vienen estos lodos que ahora parecen comprometer la continuidad del gobierno de Dilma Rousseff. El mecanismo del poder se ha puesto en reversa: los votos del PMDB se han convertido ahora en árbitros de un juicio político contra la Presidenta -que, por otra parte, tampoco es oriunda del PT sino del PDT, un partido nacionalista que había quedado confinado al estado de Rio Grande do Sul.

Petrobras, Oderbrecht, Eike Batista

Como lo admite con descaro toda la prensa, las coimas de Petrobras vienen de lejos; afecta al ex presidente Fernando Henrique Cardoso (un ex izquierdista y famoso intelectual convertido en agente del Departamento de Estado de Estados Unidos) y al padre del actual presidente de la constructora y empresa de ingeniería Oderbrecht. El destape de la corrupción ahora es la consecuencia del choque violento de intereses contrapuestos en la burguesía brasileña y en el capital internacional.

Los gobiernos ‘petistas’ habían convertido a Petrobras y a las constructoras (y también a la minera Vale) en el pivote de un desarrollo industrial de Brasil. La explotación de los yacimientos pre-sal mediante enormes inversiones y el monopolio operativo de Petrobras pretendía desarrollar una periferia industrial relevante, sea de servicios tecnológicos como de refinerías y producciones derivadas del petróleo. Este plan entró rápidamente en conflicto tanto con las petroleras internacionales, que reclamaban licitaciones abiertas de explotación, como con los accionistas internacionales de Petrobras, que cuestionaban la rentabilidad de las inversiones, así como el recorte de los dividendos en beneficio de las inversiones. Es así que a medida que la actividad de Petrobras crecía, su cotización en la Bolsa de Nueva York caía; hoy, en el pozo de la crisis, es un 80% inferior a su punto más alto. En el marco de este plan, el gobierno de Lula intentó crear una burguesía petrolera nacional, mediante fuertes concesiones y apoyos financieros a un aventurero, Eike Batista, el cual se lanzó a un incesante acaparamiento de empresas mediante deudas. La primera señal del derrumbe que se desarrolla en la actualidad fue la declaración de quiebra de Batista y toda su red de empresas, agobiado por un endeudamiento que no podía renovar ante los síntomas de crisis en el mercado petrolero internacional. La revelación pública de las coimas de Petrobras interviene cuando la caída estrepitosa de los precios internacionales del petróleo invalida la tentativa industrializadora, ya que priva a la petrolera de capacidad de inversión. Petrobras ha comenzado a malvender activos en gran escala, por un lado para pagar deudas, pero también para asegurar la continuidad de sus proyectos más relevantes. En Nueva York, los accionistas de Petrobras reclaman un resarcimiento por el dinero sustraído a las utilidades por las coimas. Hace tres semanas, Dilma dio el paso más duro: eliminó el monopolio de Petrobras como operadora de los yacimientos pre-sal -la principal exigencia del capital financiero internacional y ¡de las bancadas aliadas del PT! La Presidenta asegura que no va a renunciar, bajo ninguna circunstancia, pero ya ha renunciado a los objetivos básicos de su gobierno. Las constructoras brasileñas se encuentran entre las más importantes del planeta. Lula ha sido su principal lobbista en el país y en el exterior. Coimeado o no, su rol como líder obrero ha quedado completamente desnaturalizado -es un gerente de las firmas capitalistas. Oderbrecht, Andrada Gutierrez, Camargo Correa y otras no solamente se beneficiaron de los contratos de obras de Petrobras, por los cuales han pagado coimas a diestra y siniestra. Gran parte de la política exterior de Brasil se atuvo a los intereses de ellas. Lula se adelantó a Obama en la obtención de concesiones en Cuba para las constructoras brasileñas -lo cual lo convierte en un ariete de la privatización de empresas en Cuba y de la ruptura del monopolio del comercio exterior de la Isla. Lo mismo en Venezuela, Nicaragua, Bolivia o El Salvador, que tienen en común su condición bolivariana. El cabo electoral de Lula, João Santana (que también lo fue de De la Sota y Duhalde) organizó las campaña electorales en esos países en función de los intereses de Brasil. Brasil dirigió la campaña electoral de Ollanta Humala, el cual se había comprometido a otorgar la concesión de las construcciones de rutas y oleoductos hacia el Pacífico a Oderbrecht. La corrupción social y política de la dirección y el aparato del PT es considerablemente mayor que la que deriva de las coimas que le son imputadas. Es lo que simplemente olvidan quienes salen a defender a una organización que se declara políticamente de los trabajadores. La camarilla petista ha trabajado con dedicación para destruir la condición clasista de la izquierda y el movimiento obrero en América Latina. En las elecciones para elegir la representación obrera en el Consejo de Petrobras, hace tres semanas, el sindicato de la CUT fue derrotado por una improvisada lista independiente. Los obreros de la petrolera perciben que el gobierno de Rousseff está destruyendo a Petrobras y cediendo a la presión financiera internacional, con el único pretexto de salvar su propio pellejo. El potencial de derrumbe económico que encierra el desmantelamiento de Petrobras y de las propias constructoras podría llevar a Brasil rápidamente a una situación pre-revolucionaria.

El golpe

La destitución de Dilma Rousseff es reclamada por todos los sectores capitalistas que han chocado con el gobierno en los últimos años. No han conseguido todavía reunir, sin embargo, una mayoría parlamentaria para proceder al juicio político de la Presidenta, porque las consecuencias serían muy graves para otros intereses tanto o más poderosos. Una gran parte de los destituyentes parlamentarios enfrentan procesos de corrupción a igual título que los funcionarios del gobierno o los dirigentes del PT. En la burguesía se teme, por sobre todo, el estallido de una rebelión popular, que sería la consecuencia del vacío de poder que podría producir una transición precaria, y de los planes de ajuste que aplicaría un nuevo gobierno. Los ajustes petistas ya han producido casi dos millones de despidos o suspensiones. Puede sorprender que la burguesía industrial de São Paulo sea abiertamente golpista, en contraste con el silencio relativo del capital sojero -el cual está recibiendo los beneficios de una gran devaluación de la moneda, el real.

Ocurre que esta burguesía industrial ha sido marginada de las tentativas de industrialización de Lula, porque quedó expuesta a la competencia demoledora de China -una gran aliada de Petrobras y las constructoras. Las grandes acerías brasileñas encabezan la campaña internacional para penalizar la exportación siderúrgica de China. La burguesía paulista reclama la sanción de una “ley compasiva”, que blinde el capital de las empresas de los perjuicios que ocasionen los ejecutivos de ellas (Ambito, 10/3). De lo contrario, arguyen, podría venirse abajo el patrimonio de numerosas compañías. El paso siguiente sería la absolución o la disminución de penas por parte de los tribunales de apelaciones o la Corte Suprema.

La charlatanería característica en estos casos, atribuye a la independencia de la Justicia el conocimiento y la sanción de la corrupción. Esa Justicia, en realidad, está sustituyendo la aportación de pruebas materiales de los delitos por un sistema de coacción penal que ofrece rebaja de penas y arrestos domiciliarios a quienes confiesen responsabilidades y delaten a supuestos cómplices. Semejante procedimiento sería fácilmente cuestionado en una apelación, incluyendo un cambio en la opinión de los nuevos jueces. La Justicia es un poder del Estado, que en ningún caso irá contra el poder de ese Estado. Mauricio Oderbrecht, el presidente del conglomerado, ha dicho que apelará su condena a 19 años, porque el expediente abundaría en delaciones y estaría carente de pruebas. La llamada “ley del arrepentido” otorga poderes discrecionales a jueces, investigadores y policías contra los derechos ciudadanos.

No se puede dejar fuera de foco la implicancia internacional que tendría un desplazamiento del gobierno de Dilma. Aceleraría el proceso para poner fin al gobierno de Maduro, en especial por el impacto que tendría en las fuerzas armadas de Venezuela un ‘golpe blanco’ en Brasil. En Uruguay, se está desarrollando en torno a acusaciones de corrupción en la petrolera estatal Ancap, un proceso similar al de Brasil. Por último, sería un espaldarazo al gobierno ‘buitre’ de Macri. La desvalorización enorme que ha sufrido la Bolsa de São Paulo es un bocado de cardenal para los bancos y fondos de cobertura internacionales; Brasil se vería obligada también a renegociar la deuda pública. El aguijón de la crisis lo constituye, sin sombra de duda, la voracidad del capital internacional para lograr un nuevo reparto de patrimonios y capitales en Brasil. La deuda externa de Brasil, pública (80% del PBI) y privada (70% del PBI) es de 3 billones de dólares.

El movimiento obrero

El domingo 13 está prevista lo que sería una gran manifestación a favor del juicio político para destituir a Dilma. La dirección del PMDB se encuentra atenta a los resultados para determinar si se retira del gobierno e inviabiliza de este modo la gestión de Rousseff y lograr una renuncia que evite el ‘impeachment’. No existe ninguna posibilidad, sin embargo, de que estas manifestaciones atraigan a la masa del pueblo pobre y trabajador, que conoce bien a sus inspiradores. No sería, sin embargo, la primera vez que cae un gobierno por presión de un movimiento civil minoritario. Es significativo que a los organismos convocantes les importe poco que el encargado del juicio político a la Presidenta sea el Congreso más corrompido de la historia brasileña.

Frente a la amenaza de golpe a cargo de un parlamento de corruptos, el PT se encuentra ‘groggy’, debido a su complicidad evidente con el favoritismo a los conglomerados capitalistas y la corrupción, y como consecuencia de su complicidad con la política de despidos masivos que asola Brasil. La única oposición a la salida capitalista catastrófica a la crisis en curso, incluida la oposición a un golpe ‘blanco’, es la que puede partir de la clase obrera. Por eso entendemos que lo que se encuentra a la orden del día es el llamado a un congreso de trabajadores, electos en lugares de trabajo y en asambleas, para lanzar una movilización contra despidos y suspensiones, contra el desmantelamiento o privatización de empresas del Estado y contra cualquier salida golpista de parte de un Congreso de delincuentes políticos y económicos. La reivindicación de una Asamblea Constituyente no tendría otra implicancia que poner fin al gobierno de Dilma Rousseff, lo cual, en el momento actual, potencia la agitación golpista. Solamente cuando la clase obrera haya reunido las condiciones mínimas de movilización para poder pelear por su propia salida a la crisis, esa reivindicación podría ser una herramienta de lucha. No es aceptable ninguna forma de frente único de hecho con la movilización golpista. La iniciativa de un Congreso obrero de delegados, que debería ser dirigida a todos los sindicatos y comisiones de fábrica de la CUT, podría ser adoptada conjuntamente por la central sindical combativa, Conlutas, y por la izquierda constituida por el PSOL y el PSTU. Este congreso se convertiría en punto de polarización de los trabajadores en el caso de que prospere un ‘impeachment’ y con él una situación de mayor crisis económica y política. Brasil vive una circunstancia singular donde gobierno y golpistas rivalizan en el tamaño de su debilidad política y la carencia de apoyo político propio.