Após a classe trabalhadora realizar a maior greve
geral, em extensão (praticamente todo o território nacional),
importância política e mobilização popular da história do Brasil,
temos que tirar algumas conclusões.
Se os protestos do dia 25 de março foram realizados
principalmente por servidores públicos, na greve geral houve uma
grande mobilização da classe trabalhadora como um todo, quase todas
as empresas e todos os ramos foram atingidos, e o movimento teve
força em todo o país, principalmente nas capitais e grandes
cidades.
Houve uma unidade entres as centrais sindicais, o que
possibilitou a força da mobilização, mas também suas limitações,
por exemplo, apesar da vitória expressiva da greve geral, e da
necessidade da continuidade da luta dos trabalhadores (as “reformas”
do governo Temer continuarão e se intensificarão), não há nem
data indicativa da próxima greve e nem a organização dos
trabalhadores por meio de algum fórum (um Congresso ou outro meio)
para dar um norte e um programa a toda luta contra o governo Temer.
O governo Temer conseguiu unificar os setores mais
importantes da burguesia em sua defesa, expressão disso foi o papel
da mídia e da imprensa que tentou até o último minuto desviar o
foco da população do que ocorria sob seus próprios pés.
Somente um movimento de massas da classe trabalhadora
pode derrotar esse governo, que é defendido, direta ou
indiretamente, pela totalidade dos partidos que compõem o regime
político vigente, somente um movimento dessa natureza deixará claro
aos olhos da população quem são os setores que lutam por seus
interesses, e os quais atuam apenas para impedir que não só o
governo venha abaixo, mas todo o regime que o sustenta.
Não podemos esquecer que esse governo foi fruto de
um golpe parlamentar organizado pelos setores fundamentais da
burguesia, do grande capital e de seus partidos, mas que também é
fruto de um governo de colaboração de classes que o PT formou (uma
frente popular) com essa mesma burguesia e seus políticos corruptos.
Grande parte dos ministros desse governo já eram
ministros no Governo Dilma, ou no governo Lula. E várias dessas
“reformas” já estavam na "agenda" dos governos
anteriores: FHC, Lula e Dilma; o que muda é apenas a dosagem do
ajuste e das “reforma”, mas todos os grandes partidos
participaram diretamente para que a crise se desenvolvesse até o
ponto onde chegou.
O programa que o governo Temer e os partidos que o
sustentam propõem é que a crise seja paga pelos trabalhadores; já
vimos esse filme antes, apenas os atores de hoje são mais
monstruosos e assustadores, mas o enredo é o mesmo do passado, e sem
a organização e a determinação da classe trabalhadora para
colocar abaixo esse governo, as “reformas” continuarão caindo em
cima das costas dos assalariados e dos setores mais oprimidos.
Chega de ser coadjuvantes! É hora de sermos os
protagonistas de nosso futuro.
Nossa proposta: organização de um grande Congresso
da classe trabalhadora para centralizar a luta e derrotar esse
governo, nova greve geral por tempo indeterminado e criação de
fóruns em que a esquerda e a classe trabalhadora possam de imediato
deliberar os próximos passos na luta contra o governo Temer.
Não há como derrotar as “reformas”
(trabalhista, previdenciária, etc.) sem derrotar o governo Temer,
esse é o eixo que devemos focar de imediato: derrotar o governo
Temer é derrotar os setores fundamentais da burguesia que sustentam
seu projeto golpista, derrotar esse governo será uma vitória
histórica de toda classe trabalhadora.
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TRIBUNA
CLASSISTA