terça-feira, 25 de abril de 2017

GREVE GERAL

         
  28 DE ABRIL PARA DERROTAR O GOVERNO TEMER

Com certeza atravessamos, nesse momento, a maior e mais complexa crise econômica e política que nosso país já vivenciou desde que se fez República. 

O Brasil nos últimos anos se vê submerso em meio a um tsunami, um maremoto que atinge profundamente a economia, e a disputa política entre diversos setores da burguesia, culminando no golpe parlamentar, é a caixa de ressonância da bancarrota mundial capitalista que atingiu em cheio o país e toda a América Latina.

Diante da disputa entre poderosos setores burgueses só há uma unanimidade entre eles: que os trabalhadores devem pagar pela crise. Aqui não há diálogo, mas sim um monólogo (em todos os jornais, tv’s, rádios, etc.) de que as "reformas" têm que ser aprovadas. Como se não houvesse no Brasil uma classe social (burguesia) que lucrou e enriqueceu com toda essa crise, através das chamadas renúncias fiscais e isenções, etc., e que agora quer despejar à força os seus “prejuízos” sobre as camadas mais pobres. Na verdade, a burguesia de conjunto, que vem sendo amamentada nas tetas do estado capitalista brasileiro, desde que tardiamente se fez burguesia, encontra-se indissoluvelmente ligada umbilicalmente à bancarrota mundial do capitalismo.

O estado capitalista, neste sentido é tão somente um instrumento histórico de expropriação econômica e social e opressão política violenta contra as massas pauperizadas, uma correia de transmissão de todos os setores da burguesia, semi-opressora do proletariado e semi-oprimida pelo imperialismo, que obriga-se a destruir ramos inteiros da economia burguesa nativa, atrasada historicamente, para servir àquele que se fundiu para sucumbir aos seus interesses, a saber: o imperialismo.

Para os poderosos, grandes capitalistas e burgueses, o Brasil é apenas um grande balcão de negócios. Se os negócios vão mal, troca-se o governo (por meio de um golpe) e que os mais pobres paguem por todos os “prejuízos” acumulados nos últimos anos. Tudo se resume a investimentos e a vida humana é apenas uma variável da bolsa de valores e dos títulos do tesouro. Se há lucros são lucros privados (de um capitalista), mas se há perdas quem deve pagar são os que realmente financiam toda a sociedade capitalista (os mais pobres, os trabalhadores). O capitalismo decadente não admite riscos, os lucros são bemvindos, o resto deve ser socializado aos trabalhadores. Essa é função das reformas de Michel Temer, transferir o ônus da crise para os trabalhadores e para as futuras gerações.

As denúncias que foram utilizadas para alimentar o golpe parlamentar, através da Operação Lava-Jato, acabaram paradoxalmente desnudando o próprio 'modus operandi' da burguesia nos últimos 30 anos, e que tem suas raízes na ditadura militar ou até mesmo antes dela.

O Estado capitalista é apenas um comitê para gerir os negócios da burguesia; quem duvidava de Marx agora pode ver o "reality show" da Odebrecht e imaginar se em outros países é diferente ou se essa é a realidade oculta atrás dos gabinetes. Só nos contos de fadas é que o capitalismo é diferente, no mundo real quem pode mais chora menos. Nesse momento quem pode mais, diante de um proletariado sem direção política, é a burguesia e o imperialismo, que possuem toda uma superestrutura estatal e paraestatal a seu dispor. Enquanto vivermos em uma sociedade fundada no lucro e na propriedade privada, as boas intenções continuarão existindo apenas no inferno, e para os ingênuos. 

O regime político e todas suas relações burguesas incestuosas, em que o Estado é utilizado para engordar os lucros do grande capital através da transferência do orçamento estatal (impostos), o qual é desviado com o superfaturamento das obras (e com certeza com outros tipos de aquisições) fica momentaneamente nu diante de toda população, mostrando sem nenhum tipo de pudor toda a degenerescência de um regime em putrefação.

Todos os partidos que defenderam esse regime político (da esquerda à direita) foram citados nas delações e tentam hipocritamente sustentar os destroços do que ficou.

Enquanto isso, o governo golpista de Michel Temer tenta, a todo custo, aprovar as “reformas” exigidas pelo grande capital ao seu governo, às quais são aprovadas por um Congresso golpista submerso na mais podre corrupção inescrupulosamente, tudo sendo justificado pelo Caixa 2. A corrupção e o superfaturamento de obras às custas da miséria da maioria da população ganhou um nome técnico, apenas um Caixa 2.

Derrotar o governo Temer é possível, mas é necessário organização e determinação da classe trabalhadora. 

Diante da atomização da esquerda e das centrais sindicais é necessário organizar um Congresso da classe trabalhadora para avançar um Plano de lutas e que defenda claramente um governo dos trabalhadores. É necessário para unificar os setores classistas uma frente de esquerda que lute e mostre a direção para derrotar o governo Temer e seu regime corrupto.

 tribunaclassista@hotmail.com 

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