Roberto Rutigliano
No dia 12/06 ocorreu uma plenária da frente de esquerda socialista no Rio de Janeiro.
Esta frente nasceu um ano atrás, e por enquanto só tem representatividade local, reunindo as principais forças da esquerda no país: o PSOL, MAIS, NOS, MRT , PCB e outras organizações.
O PSTU e Tribuna Classista não participam do projeto.
A idéia básica da plenária era organizar atividades que impulsionem a greve geral. Duas bandeiras unificaram a reunião: Fora Temer e contra as reformas. A questão que surgiu como divisor de águas foi como apresentar uma alternativa de poder pós governo golpista.
A CS/TPSOL e o MRT foram contra a idéia de chamar as eleições diretas enquanto que o MAIS, NOS e setores do PSOL como Comunismo e Liberdade do vereador Renato Cinco (conhecido ativista pela legalização da maconha) levantaram a bandeira de “diretas já”.
A questão das Diretas Já
O quadro de deterioração política e moral da classe política brasileira faz com que a esquerda tenha a oportunidade de colocar em pauta a necessidade de uma mudança estrutural do sistema como resposta; assim as frentes, as organizações de bases e os congressos de trabalhadores podem reivindicar o chamado de uma Assembléia Constituinte e o governo dos trabalhadores como meta.
Na contra-mão, o PSOL fez uma frente ampla parlamentar com o PT, PSB,PDT e PC do B levantando a bandeira das diretas.
O Tribuna Classista do Rio de Janeiro coloca a questão de que hoje a postura de “diretas já” vem a domesticar as lutas e colocar à classe trabalhadora na escolha falsa de candidatos que vão impor as reformas .
Em sintonia com este argumento, o PSTU acha que tem que ser priorizada a mobilização e que qualquer reivindicação que canalize a luta para uma disputa eleitoral é um desvio democratizante.
Entendemos que os setores revolucionários hoje representados pelo PSTU,CST, MRT , Tribuna Classista, Esquerda Marxista e LPS teríamos que lançar uma campanha conjunta para esclarecer por que a reivindicação das diretas hoje significa o oposto das mobilizações contra as reformas.
O capitalismo quer que os trabalhadores paguem pela crise dos monopólios, a pseudo esquerda quer encaminhar a classe trabalhadora atrás da bandeira das diretas. Por este motivo, as bandeiras tem que ser:
- Greve geral contra as reformas.
- Fora Temer por congressos de trabalhadores que convoquem a uma Assembléia Constituinte.
- Governo dos trabalhadores.