sábado, 8 de julho de 2017

BALANÇO DA GREVE GERAL DO DIA 30/06

                                                                             


Guilherme Giordano

A Greve Geral do dia 28/04 impactou todas as classes sociais no país.

A burocracia sindical de todas as pelagens montou uma operação apoiada naquela gigantesca mobilização para chegar num acordo com o governo Temer, canalizando toda a revolta dos trabalhadores para dentro do Congresso Nacional.

Dois meses depois foi marcado no dia 20/06 o denominado "dia do esquenta" que não foi convocado nem organizado como uma mobilização preparatória para a Greve Geral do dia 30/06, mas foi uma tentativa da burocracia sindical jogar uma ducha de água fria nessa perspectiva.

Às vésperas do dia 30/06, da Greve Geral, a burocracia sindical, mais precisamente a Força Sindical e a CUT, semearam uma confusão entre as diversas categorias de trabalhadores, com a intenção clara de descaracterizar a Greve Geral, e tentar fazer desse dia um mero dia de "descanso", sem uma ação de força dos trabalhadores contra os patrões e contra o governo para derrotar definitivamente as reformas, frente a um governo acusado de corrupção passiva pela Procuradoria Geral da República, constituindo-se num fato inédito historicamente e com 4% de popularidade. O caráter da convocação da burocracia sindical que predominou em todo o país foi de que as pessoas ficassem em casa, não fossem ao trabalho, não fossem à aula, não fossem realizar compras, não saíssem a passeio, etc.

A enorme revolta no seio da classe trabalhadora contra um regime social e político totalmente decomposto, com seus principais dirigentes políticos em sua maioria sendo denunciados por todos os lados de ladrões envolvendo todo o tecido da superestrutura, o poder executivo, legislativo e judiciário, foi de certa forma contida parcialmente no dia 30/06, o que não impediu que milhares de trabalhadores e jovens saíssem às ruas, fizessem piquetes e bloqueassem vias, com vários enfrentamentos com a polícia e prisões de manifestantes.

A política desenvolvida pelo PT e Lula é conter e impedir uma intervenção independente dos trabalhadores contra os ataques brutais que estão sendo desencadeados através do governo Temer no Congresso Nacional, principalmente com as reformas trabalhista e previdenciária.

O Feliz 2018 com uma possível eleição de Lula aposta na verdade na governabilidade do governo corrupto de Temer e coloca uma camisa de força nas mobilizações.

Já se manifesta claramente uma verdadeira aliança de Lula e o PT com o governo Temer e o PMDB, e até com o PSDB para que as investigações em torno às denúncias de corrupção sejam barradas.

A votação que se avizinha no Congresso Nacional diante da denúncia da PGR de corrupção passiva de Temer, que autorizará ou não a sua investigação pelo Supremo Tribunal Federal e o seu consequente afastamento por 180 dias, está condicionada por um lado por uma base aliada de Temer totalmente com tendências ao esfacelamento e dando sinais de batida em retirada, e por outro lado por uma política da oposição que visa tão somente acumular um ganho eleitoral para as eleições de 2018, mesmo que pra isso sejam sacrificados os direitos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores com muito grito e discussão no Congresso Nacional, num teatro cujo palco atuam atores que são assistidos por uma massa de milhões de desempregados, sub empregados, sem terras, sem tetos, trabalhadores com seus salários arrochados e congelados, aposentados ganhando uma migalha de salário mínimo, etc. que se encontram órfãos de uma direção política, mas com uma tendência cada vez maior de rebentarem todas as amarras de uma situação de barbárie e canibalismo social insuportável.