terça-feira, 8 de agosto de 2017

SOBREVIDA DE TEMER

                                                                               


Alfeu Goulart



Por 263 a 227 votos, a Câmara Federal rejeitou a autorização para investigar o Presidente da República, Michel Temer, por crime comum (propina). A decisão do Congresso corrupto de barrar a denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República), após ser absolvido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral ), em 9 de junho, e ter feito várias manobras para conseguir o apoio necessário para rejeição da denúncia, Temer desviou de duas possibilidades de deixar o poder . Agora vai procurar a qualquer custo votar as “reformas“ tributária e previdenciária e “reconquistar” o mercado financeiro e manter o PSDB a seu lado na “base aliada” do Congresso. A votação dos deputados começou às 9hs e se encerrou pouco antes das 22hs do dia 2 de agosto em Brasília, quando o placar acusou 263 (sim) e 227 (não); eram necessários 342 votos (não) para a continuidade da denúncia apresentada no STF (Superior Tribunal Federal) pelo procurador da República, Rodrigo Janot. A acusação de corrupção passiva tem como base as investigações abertas a partir das delações de executivos da JBS no ambiente da operação Lava Jato. Com o impedimento da continuidade da denúncia, o STF só poderá processar Temer após ele deixar a presidência. A estratégia do governo é encaminhar até o fim de agosto ao Congresso o texto da reforma tributária que tem menos resistência na Câmara e no Senado e, na sequência, em setembro, colocar em votação o maior ataque aos trabalhadores, a saber: o fim da previdência pública, ao passo que para sobreviver às denuncias de propina, uma das medidas de suborno dos deputados de Temer foi comprar a bancada ruralista parcelando (perdão da dívida com a previdência desse setor ), em troca de votos, o REFIS da UDR. Apesar de ter um menores índices de popularidade da História, na casa dos 5%, a votação mostrou que a base do governo pode aprovar as medidas propostas por Temer. Por outro lado, pelos cálculos do Palácio do Planalto , o total de parlamentares governistas caiu de 411 para 370 , após as substituições de deputados na Comissão de Constituição e Justiça. “Além disso, Temer deve enfrentar ainda uma nova acusação da PGR até o final de agosto, por obstrução de justiça, e há ainda a possibilidade de que duas delações em negociação, Lucio Funaro e Eduardo Cunha, atinjam em cheio novamente Temer como no caso do grampo da JBS. Esse cenário não necessariamente será fácil para Temer“. (Jornal Noticias do Dia, Florianópolis, 03 de agosto. )
                                                                             


FRENTE POPULAR

A classe capitalista vem impondo junto com o Planalto uma agenda antioperária e entreguista. Neste clima, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), subordinada ao PT, e em particular Lula, são uma peça-chave da governabilidade, e faz demagogia mediante às massas, iludindo-as com as eleições de outubro de 2018. Estão procurando desarticular qualquer possibilidade de que a caída de Temer sobrevenha em consequência da pressão popular. Há na carpeta um projeto de auto-anistia dirigido a blindar Temer e legisladores envolvidos em escândalos de corrupção, do oficialismo e da oposição; entretanto, a justiça opera em câmara lenta tratando de dilatar uma resolução aos múltiplos casos em pugna .


ELEIÇÕES NO SINTRASEM

Nessa conjuntura aconteceu as eleições para renovação da diretoria do SINTRASEM (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Florianópolis) nos dias dois e três de agosto para o período de 2.017/2.020. Três chapas concorreram, a saber: Chapa um, da atual diretoria (Esquerda Marxista), agora no (PSOL); Chapa dois, do PT (ex-lambertistas do jornal O Trabalho, Unidos vamos à luta ) e a chapa três (Unidade, Democracia e Luta), composição da CSP CONLUTAS e UNIDADE CLASSISTA (velho PCB).

A Esquerda Marxista obteve 1.090 votos (35,7%), desgastada da campanha salarial da data–base de maio e com a derrota na greve da CONCAP, onde um dos três vereadores do PSOL , Renato da Farmácia votou com a bancada do patrão, prefeito Gean Loureiro, na seção que aprovou por um voto de diferença o regime de urgência para tramitação do projeto que transformou a empresa pública em Autarquia (o que abre caminho para a terceirização, precarização e a consequente privatização da empresa pública) , e que pode levar a demissões em massa de operários do setor de limpeza pública em Florianópolis e a consequente privatização. A Chapa da Frente Popular, O Trabalho, fez 1.269 votos (41,6 %) e a chapa três, CSP CONLUTAS (PSTU) e a UNIDADE CLASSISTA, fizeram 693 votos , totalizando 3.052 votos válidos. Nosso agrupamento, Tribuna Classista, apoiou a chapa três, que compuseram os combativos companheiros que defenderam a continuidade da greve na assembleia do dia 30 de janeiro e levou a vitória da greve, quando a direção do sindicato (EM) acompanhada pelo Trabalho propôs encerrar o movimento sob o argumento que a categoria do civil , saúde, assistência e obras já estavam a treze dias na greve e que não havia como esperar até o dia 08/02, quando iniciava o ano letivo para a educação (magistério Municipal ),a continuidade da greve mostrou-se um acerto e unificou a categoria levando-a a fazer a maior numero de dias de greve da historiados dos servidores, e na perspectiva de dar o combate à burocracia da CUT e na luta pela convocação de um Congresso Nacional da Classe Trabalhadora para organizar e unificar a luta dos explorados contra os patrões no pais para derrubar o governo ajustador Temer, que os capitalistas em bancarrota paguem pela crise!. Agora, os servidores públicos de Florianópolis, que protagonizaram a maior greve de sua história, 38 dias, e a verdadeira Guerra que foi a recente greve na CONCAP, farão a experiência de ter à frente de seu sindicato a burocracia oficial da CUT, que freia a luta do conjunto da classe trabalhadora brasileira ao não convocar uma GREVE GERAL , garantindo a governabilidade Temer e o ataque dos golpistas, reforma trabalhista , previdenciária , etc.